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Outra face – “Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus”

“Dar a outra face” – a lição mais desafiadora que o Evangelho nos ensina! Mas, o que significa esse conceito tão importante e pouquíssimo praticado pela humanidade?

A primeira questão que vem à mente é o ditado: “olho por olho, dente por dente” conceito este que surgiu na infância da nossa marcha rumo à evolução espiritual, quando estávamos mais próximos da selvageria do que no momento de hoje. Estávamos? Ou ainda estamos?

Pois bem, Moisés foi enviado por Deus como missão de guiar a humanidade ainda brutalizada e sem noção de conceitos morais. Assim, naquele momento foram necessárias leis rígidas para doutrinar. Mas, Jesus veio com a misericórdia como princípio missionário para instaurar o Amor incondicional, mostrar que o Pai da Vida não é vingativo, mas sim, infinita bondade e Amor. E em inúmeras lições e passagens nos deixa essa máxima de dar a outra face ao que nos ferir. “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (Mateus, 5:38 a 41.)

Certamente que o Mestre não quer que permitamos nos deixar aniquilar, machucar no sentido literal, mas, sim, dar o reverso do sentimento e da atitude, frente a uma agressão ou injustiça. Dar a outra face da agressão é a atitude não se deixar abalar pela raiva, não revidar com a mesma atitude, mas sim, procurar ter o perdão, a compreensão, não usar de vingança para que a disputa possa chegar ao fim.

O mundo ainda está a caminho de compreender essa fundamental lição, as guerras estão aí para evidenciar isto. Mas, não precisamos ir longe para dar exemplos. Procuremos em nós, ao nosso redor e veremos como ainda não passa pela mente de tantas pessoas perdoar, relevar, procurar compreender, renunciar ao ódio e dar um passo atrás antes de cometer tanta atrocidade, como feminicídio, brigas por divergências políticas ou religiosas, todo o tipo de intolerância racial ou de gênero, ciúmes, maledicência, fofocas, torcidas organizadas, e por aí vão exemplos de como o egoísmo e o orgulho ainda predominam.

É preciso muita evangelização de forma aberta e livre de dogmas e entender que os ensinamentos Crísticos se referem a um código de Leis Universais, portanto, não se inserem em uma ou outra religião, não estão submetidos a Jesus como pessoa, mas é um código de ética e moral da mais elevada importância e necessidade.

“Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus” – (Mateus 5:9) para merecer ser chamado filho de Deus, assim como foi e é chamado Jesus, é preciso purificar o coração, a mente e usar o discernimento antes de se entregar aos instintos animais que ainda dominam no momento de afronta e contrariedade para agir como humano no sentido mais pleno e viver, finalmente, em Paz.

Denise Patti Vitiello
Voluntária Grupo Socorrista São Paulo